domingo, 7 de maio de 2006



Estranho

Estranho céu…
Estranho o céu estar azul
Quando arde dentro de mim.
Que do fogo sai o fumo,
Que ofusca e intoxica;
De negro devia estar o céu pintado
Pois nada ficou por queimar.

Oh ventos do Norte
Quem se acham para poder?
Sôfrega a barcaça que se deixa
Guiar pelos ventos pérfidos
Que a teimam abraçar.
Estranhos males se vêm
Sem ninguém vir acudir.

Estranho a acalmia que reina,
Estranho estranhar-me a estranhar.
Fez-se-me por hábito aceitar,
Mesmo quando me custa,
Pois olho-me nas vísceras e vejo
Um sortido de sentimentos
Que outrora desconhecia existir.