tag:blogger.com,1999:blog-127304562023-11-15T16:06:59.757+00:00Pseudo Poesia<img src="http://doogi.no.sapo.pt/Pseudo%20Poesia.jpg">Ruim dos Santoshttp://www.blogger.com/profile/16543470258262310656noreply@blogger.comBlogger45125tag:blogger.com,1999:blog-12730456.post-25331527462913081832008-10-30T15:04:00.001+00:002008-10-30T15:16:10.631+00:00<img src="http://pseudopoesia.no.sapo.pt/Fetal.jpg" /><br /><br /><span style="font-weight:bold;">Vazio na imensidão do nada</span><br /><br />O que mais dói é a dor que não sai,<br />Que se agarra e enterra na carne<br />E consome mas não se gasta,<br />Que me morde e arrasta<br />E fura e rasga a esperança e o olhar.<br /><br />O que mais custa é saber e não poder,<br />A existência que nos é forçada,<br />O ser que não é.<br /><br />O que mais dói é o vazio<br />Que me invade e abusa, <br />Me trespassa e corrói, <br />Que emana um cheiro dilacerante a podridão, <br />Um sabor a vergonha,<br />Um perpétuo desejo de imensidão de nada,<br />Em coisa nenhuma. Um vazio que o é.<br />Um nada que nada no fétido vácuo da minha inumanidade.<br /><br />O que mais custa é saber que vai ser assim, sempre,<br />Até ao dia em que a matéria o deixar de o ser,<br />E esta existência que dói e custa<br />Pedir contas a quem me largou só.Ruim dos Santoshttp://www.blogger.com/profile/16543470258262310656noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-12730456.post-19273779297229962312007-07-18T04:23:00.000+01:002007-08-11T13:52:45.355+01:00<img src="http://pseudopoesia.no.sapo.pt/Icaro.jpg" /><br /><br /><span style="font-weight: bold;">A gosto</span><br /><br />Gosto da solidão que me estimula,<br />Gosto do silêncio que me deixa fluir,<br />Gosto do receio que me faz pensar,<br />Gosto de quem gosta de me amar.<br /><br />Gosto de gostar, do cheirar, e de sentir.<br />Gosto dos medos e amargos,<br />Gosto dos dedos e dos amassos,<br />Gosto de ti e de mim e do “nós”.<br /><br />Gosto de ter e do poder,<br />Gosto do ver e do desejo.<br />Gosto de ler e de prever,<br />Gosto do argumento e do traquejo.<br /><br />Gosto da dúvida, da surpresa e do laço.<br />Gosto do sol, da lua e do espaço.<br />Gosto do céu e dos pecados,<br />Gosto do risco e dos fracassos.<br /><br />Gosto da audácia e da bravura,<br />Gosto do respeito e da loucura.<br />Gosto de não ter asas e voar.<br />Gosto da vida, gosto de mim.Ruim dos Santoshttp://www.blogger.com/profile/16543470258262310656noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-12730456.post-50205776531983885082007-07-18T03:51:00.000+01:002007-07-18T03:56:29.301+01:00<img src="http://pseudopoesia.no.sapo.pt/Ceifa%20do%20destino.jpg" /><br /><br /><span style="font-weight:bold;">A ceifa do destino</span><br /><br />Vislumbrei a morte num sonho<br />Quando a vi com uma faca na mão,<br />Na outra apertava com força<br />O que restava do meu coração.<br /><br />Olhei a morte nos olhos<br />E escapou-se-me uma lágrima.<br />“Não me leves” roguei-lhe<br />Com os olhos marejados em medo.<br /><br />“Perdoa as ofensas que gritei,<br />Castiga-me pelos pecados de que gozo,<br />Culpa-me dos seres que humilhei<br />Mas liberta este peso que me sufoca.”<br /><br />Ajoelhei-me e cedi quando a vi<br />Passar por mim indiferente,<br />Ri-me demente quando a fitei<br />Empunhar a ceifa do destino.<br /><br />“Leva os meus fantasmas”<br />Gritei ao vento, engolindo o fumo<br />Que deixara como sinal de presença.<br />E incólume me largou, arrependido.Ruim dos Santoshttp://www.blogger.com/profile/16543470258262310656noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-12730456.post-61001831004028643982007-05-18T23:04:00.000+01:002007-06-24T17:43:09.646+01:00<img src="http://pseudopoesia.no.sapo.pt/Doente.jpg"><br /><br /><span style="font-weight:bold;">Doente emocional</span><br /><br />Sou doente de um mal que não se vê,<br />Que não se controla<br />E do qual não vejo cura.<br />Houve um vírus que me invadiu, <br />Que me leva à loucura,<br />Uma moléstia que me come,<br />Que me torna a vida dura.<br />Sou consumido pelos dias que passam…<br />E passo os dias a contar os dias que me faltam.<br />Estou incapaz de me fazer erguer;<br />Quando me sinto melhor é quando sei que vou ceder.<br />Embora imune ao bruxedo e à feitiçaria,<br />Ignoro quem me quer ver cair<br />Todo o santo dia.<br />Sou carente de algo que não sei onde buscar,<br />Desconheço o que procuro, se procuro quero achar:<br />Um destino, um sentido, um caminho,<br />Por mais estranho que seja, também preciso de um carinho.<br />De uma mão e do seu toque,<br />De um coração e a reboque deixo-me ir.<br />Sou doente emocional porque não sei o que sentir,<br />Se quero sentir, se tenho alguém a quem me dar,<br />Escondo-me num cantinho e fico a meditar,<br />Com medo de morrer sozinho, de não te chegar a descobrir,<br />Com medo do feitiço que me possa libertar.Ruim dos Santoshttp://www.blogger.com/profile/16543470258262310656noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-12730456.post-15909190666027201702007-05-01T17:28:00.000+01:002007-06-24T17:42:56.320+01:00<img src="http://pseudopoesia.no.sapo.pt/Pomba.jpg"><br /><br /><span style="font-weight:bold;">Liberdade</span><br /><br />A liberdade é antes do mais respeito,<br />É preciso aceitar para aceder a esse feito.<br />Só é livre aquele que deixa os outros voar,<br />Quem ousa ouvir e não aceita calar.<br /><br />A liberdade é um fardo muito pesado<br />Que pesa nos ombros dos que aceitam o passado.<br />Dos que insistem em não cair no mesmo erro<br />De dar carta branca a um só enfermo.<br /><br />A liberdade foi um negócio para muita gente<br />Que se aproveitou da pobreza de espírito existente,<br />Hoje têm altos cargos e luxuosas reformas,<br />Continuam a controlar-nos das mais diversas formas.<br /><br />A liberdade é um caminho muito estreito,<br />O mal dessa benesse é quem cristaliza o direito,<br />Que julga que tudo pode e acaba por abusar,<br />Quem pensa que agora também tem espaço para mamar.<br /><br />A liberdade é muito mais do que um regime,<br />A Republica é do povo e o povo tem que ser firme.<br />Não há espaço para chulos que nos insistem em usar,<br />Abril também ensinou que ainda há cravos por plantar.Ruim dos Santoshttp://www.blogger.com/profile/16543470258262310656noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-12730456.post-70340812957502511432007-04-01T14:08:00.001+01:002007-06-24T17:42:40.730+01:00<img src="http://pseudopoesia.no.sapo.pt/Coroa.jpg"><br /><br /><span style="font-weight:bold;">No meu reino</span><br /><br />Sinto essa dor, sinto-te há tanto tempo<br />No luar, quando o céu fica escuro<br />E o cheiro a terra molhada me obriga<br />A viajar por planícies que nunca pisei,<br />A palmilhar cenários idílicos <br />De contos que ficaram por contar,<br />Vidas que não vivi,<br />Texturas que não pude saborear.<br />Cheiro-te em linhas obtusas<br />Que me consomem quando as consumo,<br />Odores vastos e castos<br />Com o dom de me fazer divagar.<br />Vejo-te no fundo de um copo vazio<br />Onde me afundo, em que me afogo;<br />Cujo gelo derrete feroz, qual esperança<br />Que há muito decidi largar.<br />Provo-te em resquícios de imagens<br />Que me insistem em assaltar<br />E levam o pouco que tinha de coragem<br />Que boiava neste mar de pecados.<br />Desenho-te a traço largo<br />Na tela das minhas fantasias,<br />Num mundo onde sou rei<br />E reino o reino Esperança,<br />Onde partilho o trono com quem me quer,<br />Num local onde quem me ama<br />Deseja mais do que o finito,<br />E sem se sentir remanescente<br />Governa comigo a terra mais sagrada,<br />Onde se tem a coragem de construir tudo,<br />O que alguém, um dia,<br />Ousou sonhar.Ruim dos Santoshttp://www.blogger.com/profile/16543470258262310656noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-12730456.post-12188070680238367652007-04-01T14:05:00.000+01:002007-06-24T17:42:26.434+01:00<img src="http://pseudopoesia.no.sapo.pt/Cross.jpg"><br /><br /><span style="font-weight:bold;">Quando partires</span><br /><br />Quando a terra come o que te resta<br />E o cabelo insiste em crescer sem sentido,<br />Os ossos quebram sem vontade,<br />Os olhos fecham perdidos.<br /><br />Quando quem te ama chora de saudade<br />E quem te quer sofre em silêncio,<br />Os olhos molham de verdade,<br />O coração pára ressentido.<br /><br />Quando o céu se abre para te receber<br />E a tua alma ascende ao infinito,<br />Os anjos tocam suas harpas,<br />Os teus medos renunciam.<br /><br />Quando o que foste já não interessa<br />E o que fizeste não é lembrado,<br />O que sobra é miragem,<br />Os pecados foram apagados.<br /><br />Quando tudo perde significado<br />E ninguém se lembra do que abdicaste,<br />O teu ego fica defraudado,<br />O orgulho verga ao peso na consciência.Ruim dos Santoshttp://www.blogger.com/profile/16543470258262310656noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-12730456.post-68231975268430407392007-03-18T20:08:00.000+00:002007-06-24T17:42:12.942+01:00<span style="font-weight:bold;">Um balançar eterno</span><br /><br />A fragrância do suor fazia temer<br />O que os gemidos apenas confirmavam,<br />A roupa espalhada, as almas unidas,<br />Dois corpos nus por ali se amavam.<br /><br /><img src="http://pseudopoesia.no.sapo.pt/Maos%20dadas.jpg"><br /><br />Louco de desejo avanço e atinjo<br />E rasgo-te o que te resta de roupa,<br />Tu já esperavas e pelo sorriso sinto<br />Que me prevês com destreza por gozo,<br />E por estar meio touca rio, dispo-me também.<br />Os pensamentos já não fluem<br />E deixo-me levar pelo devaneio<br />Pois só em jeito permites-me aceder-te.<br />E rompe-se o ar espartano do quarto<br />Quando a catre desfeita geme de deleite,<br />Os corpos colados são chapas soldadas<br />Que marcham a passo acelerado,<br />Os olhos vidrados revelam ausência<br />Mas na verdade reviram de júbilo,<br />As falas cortadas são permutadas<br />Por mensagens que chegam através da pele…<br />Os dedos enredados apertam-se,<br />Miro-te desnuda ao luar,<br />Sem cigarro para acender olhas-me gulosa<br />Como quem ficou por saciar,<br />Falo-te e respondes-me com mais um beijo<br />E um minuto chega para ir ao paiol.<br />Sem farda regresso à arena silvestre,<br />A essa luta acesa qual tocha olímpica,<br />Espevitam-se as almas e suamos sem fim<br />Numa oscilação que espero nunca mais finar.Ruim dos Santoshttp://www.blogger.com/profile/16543470258262310656noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-12730456.post-57786150801116814002007-03-18T20:07:00.000+00:002007-06-24T17:41:52.284+01:00<img src="http://pseudopoesia.no.sapo.pt/Suicidio.jpg"><br /><br /><span style="font-weight:bold;">No fio da navalha</span><br /><br />Amar e chorar a morte,<br />Que dualismo pertinente,<br />Mas que pelo alto porte<br />Já terei algo em mente.<br /><br />Se um dia me julgar forte<br />E ansiar encontro ardente,<br />Se não encontrar o Norte<br />O destino que me tente…<br /><br />Jogar e atirar à sorte,<br />Que método deprimente,<br />Numa estocada torpe<br />Finarei no dia assente.<br /><br />E o jornal que reporte<br />Este infeliz incidente.<br />A lembrança num recorte<br />Fica meu passado assente.<br /><br />Não exista quem entorte<br />A vera história vigente,<br />Haja ser que me conforte<br />Nesta viagem decadente.Ruim dos Santoshttp://www.blogger.com/profile/16543470258262310656noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-12730456.post-25735775663409155462007-03-03T21:32:00.000+00:002007-06-24T17:41:36.795+01:00<img src="http://pseudopoesia.no.sapo.pt/Anjo.jpg"><br /><br /><span style="font-weight:bold;">Quando os anjos merecem morrer</span><br /><br />Choro quando os anjos merecem morrer,<br />Eu sofro quando o tenho de fazer,<br />Vacilo e hesito em faze-los perder,<br />Porque não quero ver anjos morrer.<br /><br />Perguntas porque têm de ceder,<br />É raro mas temos de escolher;<br />Há anjos que deviam de ter<br />Um dos sexos para se entreter.<br /><br />Quando os anjos têm de partir<br />É porque erraram e merecem ir.<br />Contesto mas não se posso impedir<br />Fecho os olhos e deixo-os seguir.Ruim dos Santoshttp://www.blogger.com/profile/16543470258262310656noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-12730456.post-54784761288074407292007-03-03T21:28:00.001+00:002007-06-24T17:41:23.127+01:00<img src="http://pseudopoesia.no.sapo.pt/Cama.jpg"><br /><br /><span style="font-weight:bold;">Desamparado frio</span><br /><br />Sinto tanto frio quando me largas só,<br />Sinto-me tão vazio quando tu me deixas.<br />O sol não me aquece quando tu não estás<br />E as estrelas caiem quando tu te afastas.<br /><br />Deito-me acordado e espero que me chames,<br />Sonho-te a meu lado e quero que me toques.<br />Acordo suado e deslizo a mão pela cama<br />E choro sentado ao sentir o leito vazio.<br /><br />Lembraste de mim quando te vais deitar?<br />Também sofres assim ou já não queres voltar? <br />Eu já disse o que sentia e que quero mudar,<br />Explica-me o que fiz que prometo tentar.<br /><br />O que se passou, o que nos aconteceu?<br />Foi quando se tornou sério que o caso cedeu.<br />Que fuga foi esta ou será acto de coragem?<br />Mais vale não apareceres se não queres seguir viagem.<br /><br />Serás boa demais ou não me mereces a mim?<br />Pois já começo a gostar de não te ter aqui.<br />O sol não me aquece quando tu não estás,<br />Mas parece que vou ter que me habituar…Ruim dos Santoshttp://www.blogger.com/profile/16543470258262310656noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-12730456.post-81568735541791386492007-03-03T21:23:00.000+00:002007-06-24T17:41:09.395+01:00<img src="http://pseudopoesia.no.sapo.pt/Solidao.jpg"><br /><br /><span style="font-weight:bold;">Tento manter-me vivo… e tu?</span><br /><br />Vem comigo, dá-me a tua mão,<br />Enreda-me nessa tua teia de seda,<br />E se tivermos de dormir no chão,<br />Embalas-me nos teus seios de princesa.<br /><br />Tu sabes que eu só penso em ti,<br />Tu dizes que só sonhas comigo,<br />Eu sei que não é bem assim,<br />Eu sinto que não estou sozinho.<br /><br />Se prometo que nunca nos vamos separar,<br />Dissimulas e mentes por me amar…<br />Mas conheces a verdade, o preço das palavras,<br />És ciente do futuro, do caminho que lavras.<br /><br />Os dias passam lestos e retorna o rito,<br />Regressa a normalidade, ao que fora escrito.<br />Ocupando os dias vou saindo da escuridão,<br />Não sei como vives, se estás bem ou não.<br /><br />És só mais uma mulher<br />De quem calhou ser amante.<br />Fui só mais um prazer… e tu?<br />Não és mais que uma menina…Ruim dos Santoshttp://www.blogger.com/profile/16543470258262310656noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-12730456.post-941146686817962582007-02-03T20:01:00.000+00:002007-06-24T17:40:54.046+01:00<img src="http://pseudopoesia.no.sapo.pt/Escrever.jpg"><br /><br /><span style="font-weight:bold;">Uma poesia de delírio</span><br /><br />Se gostas de poesia e consegues acreditar<br />Que o poeta é dos bons então deixa-te levar;<br />Lê-me os lábios, saboreia os pensamentos<br />Que o iluminado revela em parcos momentos.<br />Amarra-te às palavras e sente-lhes o pulsar,<br />Segura-te nos versos que insistem em rimar;<br />Crê no santo apóstolo e confia-lhe o teu soldo<br />Segue-lhe os passos ou definharás sem fôlego;<br />Acompanha as letras, os sons, as imagens<br />E habitarás as mais intrépidas viagens.<br /><br />Assume que amas a arte e veneras a literatura,<br />Aceita que te ataque e dissolva a armadura.<br />Ser herói sem capa nem donzela para salvar,<br />Um infante sem trono nem dragão para matar; <br />Pois sou paladino sem espada nem escudo,<br />A minha palavra única arma que empunho:<br />Não me peças o céu se não queres que te minta,<br />Mantém fé no profeta que não finarás faminta.<br />Citando Abrunhosa, já que tem o seu nexo:<br />Tudo “o que eu quero é o teu corpo e o teu sexo.”<br /><br />Se gostas das letras e consegues acreditar<br />Que a poesia vale a pena então deixa-te estar.<br />Fita as palavras, degusta os pensamentos<br />Que o escriba revela seus sacros intentos.<br />Ata-te às alegorias e descobrirás “A Verdade”,<br />Desfaz os monos que duvidam da eternidade.<br />Respeita o eremita, o sábio, o artista,<br />E capta a mestria do ser mais autista.<br />Cede tua alma à mais distinta criatura; <br />Porque nota isolada não faz uma partitura.Ruim dos Santoshttp://www.blogger.com/profile/16543470258262310656noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-12730456.post-38913387334580023592007-02-03T17:20:00.000+00:002007-06-24T17:40:35.377+01:00<img src="http://pseudopoesia.no.sapo.pt/Mae.jpg"><br /><br /><span style="font-weight:bold;">Sinto-te</span><br /><span style="font-style:italic;">(Para a minha mãe)</span><br /><br />Sei que sentes o que sinto,<br />Sinto o que sentes por mim,<br />Sei que sentes amor puro,<br />Sinto amor visceral.<br />Sou grato por me amares,<br />É recíproco, já to disse;<br />Sou grato por te preocupares,<br />Sou grato porque existes.<br />Se o afecto não se quantifica,<br />Eu só sou grande graças a ti.<br /><br />Mesmo quando ninguém se preocupa<br />Sei que queres saber de mim,<br />Mesmo que rasteje na fossa<br />Sei que vais gostar de mim.<br />Acreditas no que acredito,<br />Nem queres saber porquê,<br />Se eu decido tu apoias<br />Mesmo que não tenha pé.<br />Se ainda tenho razão para viver,<br />É porque tu queres que seja assim.Ruim dos Santoshttp://www.blogger.com/profile/16543470258262310656noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-12730456.post-68132178464705757122007-01-27T17:58:00.000+00:002007-06-24T17:40:21.961+01:00<img src="http://pseudopoesia.no.sapo.pt/Fim.jpg"><br /><br /><span style="font-weight:bold;">Por fim o fim</span><br /><br />Se tudo o que começa um dia vai acabar,<br />De tudo o que fiz o que irá sobrar?<br />Tanta hora perdida a tentar fazer o bem,<br />Agora vejo se me vale, se acabo a arder também.<br />No dia em que morrer não vos quero ver chorar<br />Mas quero tê-la a sofrer, senti-la a desabar,<br />A meditar no que descartou no quis acreditar,<br />Nas opções que tomou, na estrada que quis trilhar.<br />Quanto tudo acabar, insisto que me queimem.<br />Como alguém que amou só peço que me amem.<br /><br />Se tudo o que começa um dia vai acabar,<br />De tudo o que fiz o que irá sobrar?<br />Tanta hora perdida a viver em pecado,<br />Não sei quem me ensinou, já veio encrostado.<br />No dia em que morrer irei por fim descobrir<br />Se sempre existe Diabo se me andaram a mentir.<br />Na fantasia em que vivi, a charada perniciosa,<br />Ao jogo infame acedi, à amante ardilosa.<br />Quando tudo acabar, sei porque cumpri,<br />Pois o decreto de amar não existe sem ti.<br /><br />Se tudo o que começa um dia vai acabar,<br />De tudo o que fiz o que irá sobrar?<br />Tanta hora perdida a viver em alucinação,<br />Habitei os planos que fiz, na mais pura ilusão.<br />No dia em que morrer abrirei um caminho<br />Para quem nascer não cravar este espinho.<br />Não me arrependo do que fiz, do curso traçado,<br />É como quem diz, aquilo que me foi dado.<br />Quando tudo acabar, peço que me recordem.<br />Larguem-me ao mar e vejam-me voar…Ruim dos Santoshttp://www.blogger.com/profile/16543470258262310656noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-12730456.post-87964335685405018242007-01-07T22:32:00.000+00:002007-06-24T17:40:05.868+01:00<img src="http://pseudopoesia.no.sapo.pt/Friends.jpg"><br /><br /><span style="font-weight:bold;">Declaração</span><br /><br />A todos os meus, para quem me ama e a todos os que me querem.<br />Obrigado por existirem, para que fique registado:<br />Sou sentimentalista e choro, deixo-o bem claro;<br />Sabem todos quem o são e o que me dizem,<br />Sou mais um vosso irmão e não deixo que vos pisem.<br />Nós não somos do mesmo sangue nem precisamos,<br />O que interessa é o sentimento, é aquilo que nós damos;<br />E estamos uns para os outros como na tropa,<br />Por curto que seja o saco não fica ninguém de fora;<br />Há sempre mais um prato, um copo ou uma cama,<br />Sei que se precisar vos chamo e ninguém reclama.<br />Passamos a semana ou um mês sem nos ver,<br />Nem sei que verso é este, puto, só mesmo pa' encher…<br />Cada um com sua vida, cada um na sua cidade<br />Mas somos tipo elo bem ao estilo de irmandade.<br />Não temos o anel nem promessa de amor eterno<br />É a amizade que une, imune ao mal externo.<br />Sem espaço para a inveja ou azo ao cinismo,<br />Quem não quer não aparece e não há stress nisso.<br />A todos os meus manos, desejo do futuro<br />Essa vida preenchida e bolso com conteúdo.<br />Continuem como são e gozem os enfermos,<br />Eu faço a minha parte, encontramo-nos no inferno.<br />Sempre disponível estilo número de emergência,<br />Seja para o que for já sabem, corta a minha ausência.Ruim dos Santoshttp://www.blogger.com/profile/16543470258262310656noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-12730456.post-25364696088553414342007-01-07T04:15:00.000+00:002007-06-24T17:39:50.027+01:00<img src="http://pseudopoesia.no.sapo.pt/Desespero.jpg"><br /><br /><span style="font-weight:bold;">Sem medo(s)</span><br /><br />Levanta-te meu puto, há aí tanto por fazer,<br />Pega-me nessa mala e põe-te a correr;<br />Ainda não é dia e já andas cansado,<br />Essa noite longa, foi de chorar no estrado.<br />Se não fazes por ti bem escusas de rezar;<br />Acredita… não é Jesus quem te vai salvar.<br />Não cedesses à preguiça e tinhas alguém<br />Se existe quem mereça te deixa aquém.<br />A dama não saliva pelo “Ferreira” comodista;<br />Anseiam por acção, querem-no artista.<br /><br />Tanta vadia que te quer mas tu não facilitas,<br />Fazes-te esquisito e depois… não picas.<br />O que há mais por aí é quem não acredite<br />Mas quem ama fica por mais pobre que se fique.<br />O que elas querem são euros, é isso ou atenção,<br />Por mais paixão que haja queima-te o cartão.<br />Exigem e merecem tudo o que tiveres para dar<br />E se todo o macho aceita é de aproveitar.<br />Levanta, meu puto, ergue essa cabeça<br />Segue-lhe o cheiro e dá-lhe na mesma.Ruim dos Santoshttp://www.blogger.com/profile/16543470258262310656noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-12730456.post-1163902198119461432006-11-19T02:07:00.000+00:002007-06-24T17:39:29.598+01:00<img src="http://pseudopoesia.no.sapo.pt/Relogio.jpg"><br /><br /><span style="font-weight:bold;">Tempo(s)</span><br /><br />Não sei se tenho tempo para te entreter,<br />Se ainda vou a tempo de me perder.<br />Quanto tempo preciso para te alcançar,<br />Será que vou a tempo de me perdoar?<br />Hoje faz bom tempo, sinto-me a cair<br />Em histórias que o tempo urge florear.<br />Em tempos acreditei numa fábula,<br />Tempo houve em que te senti em mim.<br />Será que o meu tempo já acabou aqui?<br />Já faz algum tempo desde que te vi.<br />Estarei eu a tempo de me retratar?<br />Porque o tempo tudo cura... <br />Excepto a falta de tempo.Ruim dos Santoshttp://www.blogger.com/profile/16543470258262310656noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-12730456.post-1160159928681802812006-10-06T19:37:00.000+01:002007-06-24T17:39:05.855+01:00<img src="http://pseudopoesia.no.sapo.pt/Warrior.jpg"><br /><br /><span style="font-weight:bold;">Só na dor é que te lembras que estás vivo</span><br /><br />Parece que estás num sonho <br />E tudo corre bem.<br />Desvias-te das balas, das armadilhas,<br />Não deves nada a ninguém.<br />Escolhes quem tu queres, <br />Dominas os demais,<br />Espalhas charme e magia<br />Mas precisas sempre mais.<br />Conta-me histórias que viveste<br />E mente-me sem pudor,<br />Vou fingir que sabes tudo,<br />Que já saboreaste o amor.<br />Haja o dia que conheças<br />A metade que perdeste.<br />Foste sendo provado,<br />Tudo não passou de um teste.<br />A vida mais não é que um jogo<br />E se não pagaste o crédito,<br />É momento em que perdes <br />Que finalmente paras e pensas: <br />Todos temos de assentar um dia.Ruim dos Santoshttp://www.blogger.com/profile/16543470258262310656noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-12730456.post-1159966661917945482006-10-04T13:56:00.000+01:002007-06-24T17:38:50.242+01:00<img src="http://pseudopoesia.no.sapo.pt/Sombra.jpg"><br /><br /><span style="font-weight:bold;">A palavra muda o mundo</span><br /><br />Não sei se o que sinto é saudade ou medo,<br />Esta ausência que me invade, perturba e cedo.<br />Deito-me no sofá e olho o tecto branco,<br />Vejo sombras mexerem-se num frenesim,<br />Parecem alegres aos pares, as malucas, <br />Numa festa colorida e sem fim.<br />Flúi um rio de pensamentos<br />Que me arrasta a um mar de fantasia.<br />Encontro-te nos meus sonhos, viva,<br />E grito ao mundo o tanto que te quero <br />E abro os olhos. E danças só para mim.<br />Nada és escrito por mero acaso.<br />Nada perdura sem sentimento.<br />Quando faço amor com as palavras<br />É sempre a tua face que vejo.Ruim dos Santoshttp://www.blogger.com/profile/16543470258262310656noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-12730456.post-1159966351663346102006-10-04T13:52:00.000+01:002007-06-24T17:38:31.788+01:00<img src="http://pseudopoesia.no.sapo.pt/Balanca.jpg"><br /><br /><span style="FONT-WEIGHT: bold">O poder das palavras</span><br /><br />Conheces o peso das palavras<br />Que debitas sem pensar?<br />Tens noção do impacto,<br />Do perpétuo mal-estar?<br /><br />Porque me culpas e me feres<br />Só por não ser igual a ti?<br />São essas frustrações que transferes<br />Que me fazem afastar assim.<br /><br />És incapaz de domar esse ciúme,<br />Essa dor que te consome.<br />Não és mais que um frustrado<br />De mal com Valentim.<br /><br />Que devo eu te responder?<br />Se em cinco minutos apenas<br />E sem me aperceber,<br />Te ataco e faço sofrer.<br /><br />A esperança que invade e lavra<br />Um sonho, uma expectativa.<br />De ti ainda anseio a palavra<br />Que por certo não é "obrigada".Ruim dos Santoshttp://www.blogger.com/profile/16543470258262310656noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-12730456.post-1147034707929676682006-05-07T21:44:00.000+01:002007-06-24T17:38:09.882+01:00<img src="http://pseudopoesia.no.sapo.pt/Ceu.jpg"><br /><br /><span style="font-weight:bold;">Estranho</span><br /><br />Estranho céu…<br />Estranho o céu estar azul<br />Quando arde dentro de mim.<br />Que do fogo sai o fumo,<br />Que ofusca e intoxica;<br />De negro devia estar o céu pintado<br />Pois nada ficou por queimar.<br /><br />Oh ventos do Norte<br />Quem se acham para poder?<br />Sôfrega a barcaça que se deixa<br />Guiar pelos ventos pérfidos <br />Que a teimam abraçar.<br />Estranhos males se vêm<br />Sem ninguém vir acudir.<br /><br />Estranho a acalmia que reina,<br />Estranho estranhar-me a estranhar.<br />Fez-se-me por hábito aceitar,<br />Mesmo quando me custa,<br />Pois olho-me nas vísceras e vejo<br />Um sortido de sentimentos<br />Que outrora desconhecia existir.Ruim dos Santoshttp://www.blogger.com/profile/16543470258262310656noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-12730456.post-1146247835435048452006-04-28T19:10:00.000+01:002007-06-24T17:37:52.188+01:00<img src="http://pseudopoesia.no.sapo.pt/Boneco.jpg"><br /><br /><span style="font-weight:bold;">Larguem-me</span><br /><br />Que sorrisos são esses que me cegam,<br />Não vêem que já me consumi?<br />A compaixão alheia não atenua<br />A dor do vazio que há aqui.<br /><br />Riam leigos que não sabem<br />A temática do Amar,<br />Sendo a droga mais barata,<br />A mais difícil de largar.<br /><br />Chorem todos os que sabem<br />O impossível da perfeição,<br />Todos os que provaram a dor<br />Que tocaram a solidão.<br /><br />Que olhares esses me intimidam<br />Na vergonha insisto em afogar,<br />Larguem o tolo ao abismo,<br />Loucos os que insistem em voar.<br /><br />Livres os que sonham o destino,<br />Alienados vivem na sua paz.<br />Quando caiem n’A Verdade,<br />Sucumbem à vertigem.Ruim dos Santoshttp://www.blogger.com/profile/16543470258262310656noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-12730456.post-1140216254108516512006-02-17T22:42:00.000+00:002007-06-24T17:37:33.253+01:00<img src="http://pseudopoesia.no.sapo.pt/Revolta.jpg"><br /><br /><span style="font-weight:bold;">Revolta</span><br /><br />Será que não entendem o que estou a falar?<br />Será que não percebem o que quero dizer?<br />Será que sou eu que não me faço entender?!<br />Ou simplesmente escutam e não querem saber?<br /><br />Não percebo metade do que falo,<br />Não digo metade do que sei,<br />Mas podes por na cabeça,<br />Eu sei como ninguém.<br /><br />Não querem saber,<br />Não se importam com o que passa,<br />Uma passa, queimados, miolos estrangulados,<br />E eu é que não sei, sei-o e digo o que tenho a dizer…<br /><br />Os interpretes mudaram a conversa é a mesma,<br />O mesmo paleio, curto de horizontes<br />E pontes que caíram podres de não usadas,<br />Os ricos mais ricos, vivem em contos de fadas.<br /><br />Fontes que jorram os dinheiros comunitários,<br />Otários, que deixam ir na conversa fiada,<br />Fiada a comida que põem à mesa;<br />Pobres coitados já nem a põem tesa.<br /><br />Uns os que trabalham e suam a camisa<br />E os outros que levam a amante ao Tamisa.<br />Os primeiros que lutam para ter suas reformas,<br />As reformas curtas que chegam ao reformado.<br /><br />Reformado, conformado, destroçado,<br />Sem esperança vive o de pele engelhada,<br />O Tuga cansado da mentira eleitoral,<br />Feitas as eleições o mesmo destino fatal.<br /><br />Eu sei do que falo, vejo, escuto e leio.<br />Farto dum passado que promete e não cumpre,<br />Estou a exigir justiça social,<br />Mas mesmo que se fale do assunto é assunto trivial.<br /><br />Atender, receber, esconder e desprezar…<br />Há os que comandam e os que se deixam arrastar,<br />Uns terceiros que sabem e não se metem ao barulho,<br />Pelo preço certo, calam e enchem o bandulho.<br /><br />Sabes ou não queres saber?<br />Preocupas-te ou não queres dizer?!<br />Entendes ou não me queres ouvir?<br />Lamento, mas já não me fazem sorrir.Ruim dos Santoshttp://www.blogger.com/profile/16543470258262310656noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-12730456.post-1138287944704146312006-01-26T15:05:00.000+00:002007-06-22T23:01:18.461+01:00<img src="http://pseudopoesia.no.sapo.pt/Caminho.jpg"><br /><br /><span style="font-weight:bold;">Caminhos</span><br /><br />A dádiva de quem duvida é a incerteza<br />E a incerteza a mãe de todas as opções.<br />Quem opta rejeita um outro caminho<br />Que não sabe onde poderia desaguar.<br /><br />O rio não sobe a montanha, mas corrói<br />A ponte erguida de pedra distante<br />E a água que não passa segunda vez,<br />Fétida a carne que ainda espera.<br /><br />Sorte a daqueles que escolhem<br />Um caminho mesmo que errado<br />Pois não choram onde podiam ter ido,<br />Queixem-se os outros que não tentaram.Ruim dos Santoshttp://www.blogger.com/profile/16543470258262310656noreply@blogger.com0