sexta-feira, 16 de dezembro de 2005



Lembrança

O céu estrelado como um ovo, aberto.
De estrelas pintado, o ovo.
Desprezo, desprezo-te, cansas-me,
Maceras-me por existir.
Bem sei que não por querer, mas dói.
Dói demais querer-te e não poder,
Sentir-te e não te ter.
Um ovo pintado, desejo ocultado,
Um beijo aguardado, não.
Amanhã o céu volta a ser estrelado,
A casca será pó, não aceito o não.
Fode-te, fode muito, não me importa,
Carcome-te, queima-te, gasta-te,
Não mais quero saber…
Uma prenda rejeitada, sentimento no chão.
Fodas há muitas, quem te ame…
Não.

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