sexta-feira, 18 de maio de 2007



Doente emocional

Sou doente de um mal que não se vê,
Que não se controla
E do qual não vejo cura.
Houve um vírus que me invadiu,
Que me leva à loucura,
Uma moléstia que me come,
Que me torna a vida dura.
Sou consumido pelos dias que passam…
E passo os dias a contar os dias que me faltam.
Estou incapaz de me fazer erguer;
Quando me sinto melhor é quando sei que vou ceder.
Embora imune ao bruxedo e à feitiçaria,
Ignoro quem me quer ver cair
Todo o santo dia.
Sou carente de algo que não sei onde buscar,
Desconheço o que procuro, se procuro quero achar:
Um destino, um sentido, um caminho,
Por mais estranho que seja, também preciso de um carinho.
De uma mão e do seu toque,
De um coração e a reboque deixo-me ir.
Sou doente emocional porque não sei o que sentir,
Se quero sentir, se tenho alguém a quem me dar,
Escondo-me num cantinho e fico a meditar,
Com medo de morrer sozinho, de não te chegar a descobrir,
Com medo do feitiço que me possa libertar.

terça-feira, 1 de maio de 2007



Liberdade

A liberdade é antes do mais respeito,
É preciso aceitar para aceder a esse feito.
Só é livre aquele que deixa os outros voar,
Quem ousa ouvir e não aceita calar.

A liberdade é um fardo muito pesado
Que pesa nos ombros dos que aceitam o passado.
Dos que insistem em não cair no mesmo erro
De dar carta branca a um só enfermo.

A liberdade foi um negócio para muita gente
Que se aproveitou da pobreza de espírito existente,
Hoje têm altos cargos e luxuosas reformas,
Continuam a controlar-nos das mais diversas formas.

A liberdade é um caminho muito estreito,
O mal dessa benesse é quem cristaliza o direito,
Que julga que tudo pode e acaba por abusar,
Quem pensa que agora também tem espaço para mamar.

A liberdade é muito mais do que um regime,
A Republica é do povo e o povo tem que ser firme.
Não há espaço para chulos que nos insistem em usar,
Abril também ensinou que ainda há cravos por plantar.