quarta-feira, 18 de julho de 2007



A gosto

Gosto da solidão que me estimula,
Gosto do silêncio que me deixa fluir,
Gosto do receio que me faz pensar,
Gosto de quem gosta de me amar.

Gosto de gostar, do cheirar, e de sentir.
Gosto dos medos e amargos,
Gosto dos dedos e dos amassos,
Gosto de ti e de mim e do “nós”.

Gosto de ter e do poder,
Gosto do ver e do desejo.
Gosto de ler e de prever,
Gosto do argumento e do traquejo.

Gosto da dúvida, da surpresa e do laço.
Gosto do sol, da lua e do espaço.
Gosto do céu e dos pecados,
Gosto do risco e dos fracassos.

Gosto da audácia e da bravura,
Gosto do respeito e da loucura.
Gosto de não ter asas e voar.
Gosto da vida, gosto de mim.

6 comentários:

Anónimo disse...

Eu gosto é de tua frase de não teres asas e voar! Eterno sonhador que és tou a ver :)
*

vieira calado disse...

Bem conseguido!

Carlos Ramos disse...

Bom ritmo na tua poesia. Continua assim e obrigado pelo teu generoso comentário no meu jornalinho.

sincero abraço

Amita disse...

Um excelente título para um poema onde o ritmo é presença como se fosse um espelho dos voos do poeta.
Já andei por aqui a ler-te e agradeço-te as palavras que a ti me conduziram.
Um abraço e um bom fim-de-semana ou férias, se esse for o caso

vieira calado disse...

Gosto de não ter asas e voar", creio que sintetiza todo o poema.
Bom Domingo.

Unknown disse...

Seus poemas sao lindos, mas muito tristes. Nao deixe a vida passar em sua volta. saia para viver, nao se esqueca que os minutos passam e as flores murcham. Boa sorte!