quarta-feira, 18 de julho de 2007



A ceifa do destino

Vislumbrei a morte num sonho
Quando a vi com uma faca na mão,
Na outra apertava com força
O que restava do meu coração.

Olhei a morte nos olhos
E escapou-se-me uma lágrima.
“Não me leves” roguei-lhe
Com os olhos marejados em medo.

“Perdoa as ofensas que gritei,
Castiga-me pelos pecados de que gozo,
Culpa-me dos seres que humilhei
Mas liberta este peso que me sufoca.”

Ajoelhei-me e cedi quando a vi
Passar por mim indiferente,
Ri-me demente quando a fitei
Empunhar a ceifa do destino.

“Leva os meus fantasmas”
Gritei ao vento, engolindo o fumo
Que deixara como sinal de presença.
E incólume me largou, arrependido.

1 comentário:

LetrasAlinhadas disse...

Gostei bastante do teu blog, parabéns e continua!!
Um abraço